segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Gotas de orvalho

Seus dedos tocaram o meu corpo
como gotas de orvalho.
Meu poros se dilataram,
como quem aspira o perfume que emana de ti.

Seus sussuros em meu ouvido,
levaram minha nuca ao arrepio,
cheguei a sentir frio,
tão forte era o calor que extravasava de tua pele.

E de repente, num instante,
você já não estava mais ali.

Foi quando me dei conta: tudo não passou de uma ilusão.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Absorta

Toda vez que te vejo,
eu nem percebo
e os malditos beijos escorrem da minha boca.

As palavras erradas transbordam da língua,
a calma se exangue,
a força míngua.

Meu corpo tonteia, num frenesi.
Fico completamente alheia,
absorta por ti.

E, de repente, chega o instante,
em que estou mais uma vez preparada
pra ser tua amante.

Dupla personalidade

Ponho aqui tudo o que não foi dito.
Ao contrário do que transpareço lá fora,
aqui dentro não omito
nem minto.
Sou tudo o que sinto.
No papel, não me evito.
Não alimento o mito.
É por isso que repito:
se algum dia, porventura,
você vier a desconfiar,
e não souber
em qual das duas acreditar,
já falei e agora insisto:
mais vale o que tá escrito.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

NÃO

A partir de agora eu digo não.
Não à necessidade de aprovação.
Não à auto-comiseração.
Não ao medo de dizer não.

A partir de hoje desconheço o sim.
Esqueço tudo que é ruim pra mim.
E não me olhe estranho assim
Está decidido. Fim.